Até ao século XVIII o porto de Betanzos foi um dos mais importantes centros pesqueiros e comerciais do Antigo Reino da Galiza. Os sedimentos fluviais, que encheram a ria e minguaram o calado, debilitaram entre outros factores o tráfego marítimo. A ria de Betanzos conta, na actualidade, com uma das maiores extensões de marismas litorais da Galiza e ainda conserva um pequeno porto e embarcações na confluência dos dois rios Mendo e Mandeo que abraçam o recinto urbano. As margens fluviais formam a outra parte deste espaço protegido que chega no caso do Mandeo até 25 quilómetros águas a montante.
O melhor observatório de zonas húmidas está nos acessos que circulam pela margem esquerda da ria. Por aqui encontraremos o paço de Mariñán (Bergondo) e poderemos entrar em horário de visita aos jardins que reúnem entre os valores naturais até cinco “taxones” vegetais catalogados como “Árvores Singulares”. Os itinerários interiores encontram em Chelo (Betanzos), além da Sala da Natureza, o início dos trilhos que penetram no corredor vegetal do rio Mandeo. O curso fluvial acelera-se, às vezes, neste troço entre os afloramentos de granito frequentes oferecendo belas estampas ao ritmo das águas.