RÍA DE CAMARIÑAS

Rias e praias
1337

Posição

Coordenadas:
43º 07' 44.4" N - 9º 10' 46.9" W

Descrição

Camariñas é um exemplo diferente de ria: pequena, recolhida, quase invisível no terreno.
Os seus limites mais ocidentais são constituídos pelas formações pétreas: a Punta da Barca, no seu vértice meridional, e o Cabo Vilán, flanqueando a sua entrada pelo Norte. Para o interior a ria vai perdendo os seus rasgos marítimos para, em Ponte do Porto, se unir mansamente com as águas do rio Grande.
Na ria destacam-se os portos pesqueiros de Camariñas e Muxía, bem como os restos do antigo porto de Ponte do Porto. Nas suas vilas é possível admirar uma grande variedade de vivendas, algumas de pescadores, outras senhoriais, em que se combinam as sólidas varandas de ferro com galerias envidraçadas que sobressaem dos muros pintados de mil cores -as mesmos dos barcos ancorados nos seus portos- que rodeiam as estreitas e sinuosas ruas.

Aqui tudo está impregnado de mar, e até há relativamente pouco tempo era possível contemplar ainda antigas tradições, como a da seca do peixe ao sol. Por outro lado, a tradição das rendas renasceu, e o viajante que chegue com bom tempo a estes lugares poderá contemplar as palilleiras movendo os bolillos com autêntica maestria, e ver como vão crescendo, como por encanto, essas autênticas filigranas.
O folclore religioso está monopolizado pela devoção à Virxe da Barca. No seu santuário, em Muxía, situado num lugar marcado pelas rochas, frente ao mar bravo -calmo por vezes, outras furioso- reúnem-se cada ano milhares de romeiros que, ao mesmo tempo que se ajoelham perante a Virgem, seguem a tradição de passar por baixo da Pedra dos Cadrís ou de tentar mover a actualmente partida Pedra de Abalar.
E se na Punta da Barca domina o sagrado; em cabo Vilán, limite setentrional da ria, o domínio é da natureza; os enormes farilhões escarpados que se adentram no oceano resistindo à investida das ondas e dos ventos. Desde o farol instalado neste lugar pode admirar-se outra extensa gama de paisagens marinhas, marcadas pelo azul do céu, a cor rosada das rochas e o branco queimado dos areais. Um autêntico paraíso selvagem.

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