Sem dúvida que O Courel é a grande reserva verde da Galiza, além de que também tem um rico património histórico.
Sem dúvida que O Courel é a grande reserva verde da Galiza, além de que também tem um rico património histórico.
A rota pela Serra do Courel pode começar em Samos ou em Cebreiro, dependendo das preferências do viajante. O nosso conselho é começar a partir de Samos, onde visitaremos o belo mosteiro de San Xulián, fundado em meados do período visigótico por San Martiño de Dumio e construído em diferentes épocas com estruturas românicas, góticas, renascentistas e barrocas.
Continuando a viagem pela estrada LU-633 encontramos o alto do Poio, um lugar de grande beleza cercado por florestas. A partir deste miradouro, situado a 1337m de altitude, contemplam-se a Serra do Rañadoiro e o vale que se forma a seus pés Também podemos ver o monumento ao peregrino no alto de São Roque, a 1270m.
Se continuarmos na mesma direção chegaremos à aldeia d’O Cebreiro, a 23 km de Triacastela. Um dos monumentos de paragem obrigatória é o santuário de Santa María A Real. Templo fundado pelo Conde Aurillac e construído no século IX, mas posteriormente reformado em diversas ocasiões.
Outra visita que não se pode perder é o Museu Etnográfico, localizado em várias palhoças que conservam a sua estrutura original. Esta população é conhecida por ser a porta de entrada para o Caminho Francês na Galiza, pelos seus monumentos e paisagens, mas também pela seu queijo. Todos os anos é comemorado em Pedrafita do Cebreiro uma feira de exaltação deste produto gastronómico. O Cebreiro será o ponto final deste dia, pois conta com diversas opções de alojamento e restauração.
No segundo dia partimos em direção a Seoane do Courel. Desde O Cebreiro voltaremos pela estrada LU-633 em direção a Samos e, a poucos quilómetros depois de sair do alto de São Roque, fazemos um desvio à esquerda para entrar na serra pela estrada LU-651.
Ao chegar a Seoane do Courel, a cerca de 18km de O Cebreiro, encontramos a indicação à esquerda de Visuña e Romeor. Seguimos a sinalização e a 4,8km do cruzamento, deixaremos à direita a estrada que vai para Visuña e Ferramulín. Se continuarmos em frente passando por Millares, chegamos à aldeia de Romeor y al túnel - acueducto romano.
A partir daqui devemos continuar a pé por um percurso de dificuldade média. É necessário caminhar três quilómetros ao longo de um riacho com bastante caudal, por isso é aconselhável estar equipado com botas e lanterna, pois cerca de 200m do percurso é realizado quase em total escuridão, até chegar ao outro lado da montanha. Voltamos a Millares, passamos por Mostaz e seguimos em direção a Visuña - Ferramulín. No caminho deparamo-nos com as ruínas do Castelo de Carbedo também chamado de São Roque. Nesta zona pode-se desfrutar da majestosa e espetacular vista da muralha do Monte Cido, que em alguns locais pode alcançar os 950m de altitude e depois descer suavemente.
A partir de Romeor, onde deixámos o carro, regressaremos à estrada que nos trouxe desde Seoane, para continuar em direcção a Visuña até ao alto do Couto. Daqui parte um caminho à direita que nos levará a pé até ao Devesa da Rogueira. Neste ponto do nosso percurso podemos ver o telhado do Courel: o pico de Formigueiros. Continuando o percurso chegamos a Visuña, onde até recentemente dois dos moinhos da região continuavam a moer, e a Ferramulín (20,3km desde Seoane). Na primeira subida ao sair desta aldeia, mesmo numa curva e olhando para a direita, verá a sinalização para a descida para Fervenza de Vieiros. Depois de percorrer 1200 metros chegamos à aldeia de Vieiros e mais um quilómetro em frente encontramos a Seara, uma das aldeias melhor conservadas do Courel.
De A Seara seguimos pelo Soldón descendo em direção a Quiroga e passando pelo miradouro de Bustelo de Fisteus que nos oferece belas vistas sobre o vale e os seus arredores.
Em Quiroga podemos parar e visitar o seu Museu Etnográfico e o Museu Geológico para conhecer mais sobre o Geoparque Montanhas de Courel.
Continuando pela LU-651 em direção a Folgoso do Courel paramos no miradouro geológico de Campodola o que nos permitirá observar Dobra geológica de Campodola-Leixazós.
No km 12 chegamos ao Alto do Boi, a 1061m de altura. A partir deste ponto existe um trilho à direita, não adequado para carros, que nos levará a Pía Paxaro e um desvio à esquerda que nos levará à aldeia de Vilar. Este último, de 3,2km, embora pavimentado, é considerado perigoso devido à sua inclinação de 16%. Está proibida a descida de veículos com reboques ou autocarros.
Uma vez em Vilar visitaremos o local, que possui uma dezena de casas geminadas, algumas delas com ruas muito estreitas e telhados de ardósia. Atravessamos a aldeia e seguimos o percurso pedestre de Froxán e Vilamor que nos levará através de um bosque de castanheiros centenários até ao castro de Vilar, situado num meandro do rio Lor, e à pequena Ermida de São Roque. Ao longo do caminho encontrará uma via sacra, com cruzes de madeira com 1 metro de altura. Também podemos visitar a Casa do Ferreiro com uma exposição única de “Instrumentos e Aparelhos”. A partir de Vilar a estrada continua para Vilamor e Froxán. Vale a pena parar em Fervenza do Rexiu para visitar as duas aldeias pela sua arquitetura tradicional, especialmente esta última. Se ainda houver tempo, a poucos quilómetros de Froxán encontraremos o Miradouro da Pena do Teso Grande. A outra opção para percorrer este caminho seria retomar a estrada em alto do Boi, pela estrada LU-651, seguimos em direção a Folgoso do Courel passando por Santa Eufémia e em Folgoso do Courel tomamos o desvio para visitar Froxán e Vilamor. Podemos terminar este segundo dia em Folgoso do Courel ou em Seoane do Courel, já que ambos os locais oferecem diferentes opções de hospedagem.
Seja saindo de Seoane ou de Folgoso do Courel, pela LU-651, até à Área recreativa de Mogoxe apanharemos o desvio em direção a Incio e a Seceda e passaremos pelo castro da Torre, do século II-IV d.C., situado numa curva a poucos minutos a pé. Na mesma direção, chegaremos a Seceda, uma povoação que foi objeto de restauro graças a um programa da União Europeia.
Seguindo o percurso por uma estrada sinuosa, a 14,2km, encontramos a Casela. E a próxima paragem será A Ferrería (do Incio), uma aldeia construída no topo de falésias que teve um importante passado termal. Infelizmente, a construção das termas encontra-se em remodelação. Também pode visitar a nascente mineral-medicinal nas proximidades, subindo um trilho à esquerda logo após a saída da povoação.
O itinerário continua pela freguesia do Hospital e igreja de San Pedro Fiz, sendo este o único templo românico de Espanha construído em mármore. Quase dois quilómetros depois já nos encontramos em Cruz do Incio, capital do município. A partir deste ponto devemos apanhar a autoestrada LU-641 em direção a Samos e aos 8 km seguimosem direção à igreja de Santa María de Mao, onde se celebra a Romaria de Santo Eufrásio, bispo natural de Andújar, cujos restos mortais repousam no templo. O cemitério coberto que circunda o templo é característico do local.
Para terminar o percurso em Samos temos duas opções, uma passando pelas aldeias de Vilamor, Cereixido e A Castiñeira ou voltando pela estrada até ao cruzamento que deixámos anteriormente e virando à direita. Alguns quilómetros depois, por curiosidade, encontraremos duas estátuas gigantescas à beira da estrada. Se ainda houver tempo, pouco antes de entrar no concelho de Samos, existe um trilho à direita que dá acesso ao castro de Formigueiros. A estrada LU-641 liga-se à LU-633 de Sarria a Samos, ponto final do percurso que iniciámos há 3 dias.
Pode haver recursos que não estejam georreferenciados e, portanto, não os está a ver.