Fruto do vento
Corrubedo é o lar da maior duna da Galiza. A duna móvel deste espaço aberto entre as rias de Arousa e a de Muros e Noia ressalta pelas suas dimensões. Mais de um quilómetro de longitude em curva. Nos meses mais difíceis de Inverno alcança os vinte metros de altura. Calcula-se entre os 200 e 250 metros de largura, embora antigamente parecesse maior. Entre a lenda e o exagero, documenta-se que, em finais do século XIX, excedia os 60 metros de altura.
O barlavento, face ao mar, é longo e amplo como o lombo de um animal. Derruba-se por sotavento, para a terra, e sem vegetação que a contenha avança pela planície a uma velocidade de dois ou três centímetros cada ano.

A omnipresença da rainha do Parque não nos deve fazer esquecer os outros atractivos que a acompanham: duas lagoas, uma de água salgada e outra doce, com extensas marismas associadas e zonas húmidas de importância internacional.
Vixán, a lagoa doce, alimenta-se das águas do modesto riacho do Muíño, sujeito a oscilações de caudal sazonais. Carregal, a salubre, comunica-se com o oceano dividindo em dois a longa praia face aos escolhos denominados Pedras da Ferreira. Este canal do mar pelo que circulam as marés é um dos pontos centrais do Complexo Corrubedo. Nas marismas late o pulso da vida e o parque reafirma nelas a sua elevada riqueza ecológica em apenas mil hectares de extensão total.