Velhas canções referem-se a Moraña como a terra dos canteiros e dos arrieiros que andavam pelo caminho da montanha até ao mar. Espaços pelos que todavia correm em liberdade os cavalos selvagens que terão a sua "rapa das bestas" (festa em que se faz descer dos montes os cavalos selvagens para lhes cortar as crinas). Riqueza natural aproveitada pelos seres humanos desde a Préhistória a julgar pelos vestígios encontrados e com grande riqueza agrícola e de criação de gado. Município em que, cada oito de Setembro, se venera a Virgem que apareceu numa fonte, em Amil. Essa história da vila nascida do caminho faz com que no último domingo de Julho se comemore umas das suas melhores tradições culinárias, agrárias, rurais, também melhoradas com o trazido e o levado por esses povos Hispano-americanos, tão leais a estas tradições do churrasco e da "parrillada" (prato composto por vários peixes ou mariscos grelhados): a "Festa do Carneiro no espeto" persiste, amplia e melhora umas tradições solidárias que vêm desde os mais remotos tempos e têm influências da época medieval quanto à sua forma de preparação. Essencial ao banquete solidário é o vinho Salnés, a boa espadeira das margens do Umia, cantado por poetas e que aligeira a conversa e a comida.