O estuário de Vigo, apesar de sua concentração populacional e desenvolvimento urbano, oferece bons trechos costeiros. A maior cidade da Galícia é cercada por um cinturão verde de montes e serras que convidam à caminhada e à observação da paisagem.

Nas proximidades do monte Alba (503 m), o Monte Cepudo (527 m) é o ponto de partida deste itinerário que oferece as melhores vistas da cidade. Deste local, uma grande parte da cidade e um grande trecho da costa sul da Galícia podem ser vistos, incluindo as diferentes bocas das Rías Baixas.

Cepudo e Alba fazem parte de um grande parque florestal, equipado com vários serviços para os dias de lazer. O eremitério de Nosa Señora da Alba protege espiritualmente o estuário do alto da montanha, atraindo os olhos de quem contempla essas paisagens.

Deixando terras viguesas, a rota entra no município de Nigrán. Chandebrito nos recebe com seu castro e com a igreja do século XVIII.

De caráter tranquilo e rural, contrasta com as áreas mais costeiras desta comarca de O Val Miñor, densamente povoada. Depois de passar por Vincios, antes de atravessar a rodovia, um desvio à direita nos introduz à serra de O Galiñeiro.

É uma cadeia montanhosa que se estende pelos municípios de Vigo, Gondomar, O Porriño e Tui até chegar ao monte Aloia, Parque natural que fica na parte sudeste da serra.

O trânsito por O Galiñeiro ocorre principalmente entre tranquilos pinhais que, de tempos em tempos, permitem observar os picos rochosos das montanhas, incluindo o monte Galiñeiro, o pico mais alto que chega a 705 metros, apesar da proximidade do litoral.

Após vários desvios e, uma vez sobre o povoado de Prado, passaremos pelo monte Aloia, que foi o primeiro espaço da Galícia declarado Parque Natural em 1979. Atualmente, é o menor em área dos seis parques naturais galegos.

Nos seus aproximadamente 750 hectares, as condições climáticas favoráveis, de temperatura amena e com presença abundante de água, permitem a coexistência de espécies nativas (castanheiro, freixo ou salgueiro branco) e uma curiosa variedade de outras espécies exóticas (abetos, ciprestes ou cedros) resultado do repovoamento dos anos 20, dirigido pelos engenheiros Daniel de la Sota e Rafael Areses. Este último dá nome ao Centro de Visitantes, a Casa do Enxeñeiro Areses,edifício de arquitetura única de 1921, a partir do qual inicia um interessante caminho botânico com vários painéis interpretativos.

Do alto da Cruz de San Xiao (664 m), as múltiplas vistas permitem interpretar as paisagens de O Baixo Miño, dos vales dos ríos Louro e Miño, com o grande rio galego fazendo uma fronteira natural e administrativa com Portugal e alcançando o mar na altura do monte de Santa Trega, que pode ser visto à distância.

O Monte Aloia também é um local de relevância patrimonial, material e imaterial. O eremitério de San Xiao e San Fins foi construído a partir do século XVI nas ruínas de um castro. No Alto dos Cubos, os vestígios castrexos dão lugar a uma longa muralha de vários quilômetros e formada por grandes blocos de alvenaria sem argamassa, chamada de Muralla Ciclópea do Aloia, cuja função permanece desconhecida.

Os mistérios em relação ao monte Aloia levaram a pensar nele como a localização do mítico monte Medulio, no qual as tribos galegas preferiam o suicídio à dominação romana. A visita em um dia de neblina reforçará o misticismo do local, levando o visitante a tempos passados.